sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

FIQUEI SÓ UMA VEZ COM UM PEGADOR INCORRIGÍVEL E ME APAIXONEI DESESPERADAMENTE. COMO FAZ PRA ESSE SOFRIMENTO ACABAR?


Dentre as tantas situações amorosas que causam sofrimento nas pessoas, existem duas em especial que me impressionam pela intensidade da dor provocada e da aparente inexistência de solução. A primeira, sem dúvidas, é o amor não correspondido (assunto do qual estou aguardando inspiração mais adequada para discutir aqui no blog). A segunda é o caso daquelas garotas, umas mais, outras menos ingênuas, que juraram por tudo o que é mais sagrado que nunca ficariam com aquele pegador bonitão e popular, mas acabam não resistindo às suas artimanhas e se deixam conquistar. E o pior: se apaixonam por eles; enquanto os mesmos continuam no papel de caçadores focados na missão de atirar em todas as lebres da floresta. Isso é mais comum do que se imagina. Pegadores de verdade jogam baixo, usam todas as táticas que possuem, atacam no ponto fraco das mulheres e exalam um charme irresistivelmente apaixonante. Dizem palavras bonitas sussurradas ao pé do ouvido, juram amor e possuem aquele calor acolhedor no abraço que faz qualquer garota acreditar que encontrou o seu príncipe encantado...

Até que, alguns minutos depois, lá está o príncipe encantado de araque encantando outras “ingênuas donzelas”. A partir do momento em que a menininha apaixonada vê essa cena, bate aquela raiva de si mesma! A razão não para de dizer pro coração: “tá vendo, eu te disse que você era só mais uma pra ele, mas você não me ouviu. Agora, você vai ficar todo murcho, pra baixo, e eu vou ter que ficar dizendo um monte de coisas pra tentar te animar”. Depois de alguns dias de raiva de si mesma, vem a raiva do tal pegador, que é quando o coração, se achando recuperado e poderoso, exclama para a razão: “pra que é que eu vou ficar chorando por aquele idiota? Ele me seduziu e depois ficou com mais outras trinta bobinhas. E daí? Ele não sabe o que perdeu. Se ele não quis, vai ter quem queira. Vou é me dar valor...”. Mas será que todo esse discurso de amor próprio é de verdade?

Tenho uma teoria. Quando as pessoas têm uma decepção qualquer, relacionada ou não ao amor, elas buscam a raiva por ela ser a melhor anestesia para a nossa dor. Ocupando nosso coração com raiva dos outros, não temos espaço para a dor de nós mesmos. Mas aí, basta o pegador passar na nossa frente de novo e nos olhar com aqueles olhos que pareciam tão apaixonados, nos lançar aquele sorriso tão lindo que nos faz sorrir logo em seguida sem nenhuma explicação... E pronto. Voltamos a ser aquela bobinha apaixonada da noite da ficada. Aquela armadura toda de “eu só preciso me amar para ser feliz” se quebra em milhões de pedacinhos facilmente. E enquanto na nossa cabeça passa um filme daquele momento maravilhoso e os pensamentos ficam falando: “ele sorriu pra mim! Ele ficou feliz em me ver!”, na cabeça do pegador só há espaço para uma dúvida: “eu já fiquei com essa garota e não lembro o nome dela ou ainda não fiquei e já posso ir preparando o terreno para a próxima festa?”.

Acontece que as mulheres, por mais que repitam o erro, nunca esquecem que já haviam errado antes. Isso porque elas são muito passionais. É parecido com a lenda da vitória-régia. Mesmo já tendo quase se afogado várias vezes, sempre que se sentem atraídas pelo reflexo da lua na água, as mulheres vão em busca dele, na esperança de que a vida vai ser mais bondosa dessa vez e vai livrá-la do afogamento... Só que isso não acontece e o processo volta ao estágio inicial: a raiva de si mesma. Aí, aparecem o anjinho de um lado e o diabinho do outro. O celestial diz: “não caia de novo em tentação, você já se magoou muito da primeira vez.”. O demoníaco retruca: “deixa de ser idiota e faz o que tiver vontade agora! Se for pra se arrepender, que se arrependa mais tarde!”. Engraçado como o anjo fala com a voz da razão e o diabo com a do coração, né? É uma das tantas contradições do amor...


E é no meio de tantas confusões que vem o diagnóstico: Sim! Eu estou apaixonada por aquele pegador cachorro, safado, cara-de-pau,... Lindo, fofo e tão perfeitinho! Essa descoberta faz o mundo cair em cima da cabeça de qualquer garota, mas acreditem: esse é só o início do sofrimento. Você ainda vai passar muitos dias com o coração partido. Mas o pior não é estar na fossa; é não enxergar uma escada pra nos fazer sair dela. Pois bem. Vou tentar construir essa escada. Pense consigo mesma. Digamos que, da noite pro dia, o pegador que só queria saber de ficar resolve te pedir em namoro, do jeitinho que você queria, e você aceita, toda boba. Você iria se sentir segura sabendo que sempre que vocês fossem passear você iria olhar para cada menina que passasse e pensar: “será que ele já ficou com essazinha aí?”? Você se sentiria bem? O amor que você sente por ele pode até ser super forte, mas até amor tem pontos fracos, e os pontos mais fracos do amor são a desconfiança e a diferença de comportamentos. A desconfiança tira a paz de quem tem ciúmes e o transforma ou num paranoico, ou num neurótico, ou até em um esquizofrênico, o que é pior! E a diferença de comportamentos vai trazer uma série de divergências e de abdicações que podem ferir o amor próprio. Perder a paz e ter o amor próprio ferido são preços muito altos para se manter um relacionamento que desde o início tinha chances mínimas de dar certo. Cabe somente a você julgas se está disposta a pagar tal preço.

E se você percebeu que o melhor a fazer é esquecer esse amor, lembre-se da garotinha sonhadora que você era entes desse pegador. Você sempre sonhou com um príncipe encantado, não foi? E por que desistiu dele? Você já notou que o pegador não era esse príncipe. O grande amor da sua vida vai aparecer, mais cedo ou mais tarde. Não precisa ficar se iludindo com um qualquer que não ama ninguém.                

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